Ahf... Acho que hoje estou pior que “bege”, me vejo cinza, alguma coisa tipo aquele ‘off-white’ que foi moda uns anos atrás e ninguém assumia que era apenas um branco que já vinha sujo ‘de fábrica’.
Tô assim sem ânimo, com vontade de me deixar num canto qualquer, quase sem luz mas com ar condicionado, claro, que tudo tem limite, inclusive minhas depressões.
(Aliás, sou tão pouco confiável que nem com clima deprê, musiquinha baixo-astral e más recordações, consigo ficar ‘down’ por mais do que duas ou três horas, que coisa! Sabe quando a gente está querendo dar uma boa chorada, pegar um colo e se sentir a mais frágil das pessoinhas? Pois é, comigo não tem chance, logo estou rindo de alguma bobagem, credo!)
Hoje estou, como diria uma amiga, ‘de bode’. Queria ter vontade de escrever sobre a viagem, mas bolas, sempre achei um saco ter que aturar alguém matracando sobre suas pequenas e grandes epopéias, sem saber se outro está a fim de ver aqueles álbuns cheios de fotos mal tiradas. Depois, tem aquele papo de ‘querer aparecer’; se bem que, se tratando da gente que bate ponto aqui uma vez na semana, é uma grande bobagem, não é mesmo? Para aparecer mais só colocando aquilo na janela do fusca e isso, garanto, é coisa do passado.
(Falando em ‘aparecer’, um conhecido me disse que ando ‘sumida’, como se eu tivesse assim, meio ‘finda’, sabe como? Tadinho, nem jornal lê, que situação!)
Mas vamos a crônica que parece aumento de salário, quando a pensa que sai...
Ah, lembrei de algo interessante.
Tô assim sem ânimo, com vontade de me deixar num canto qualquer, quase sem luz mas com ar condicionado, claro, que tudo tem limite, inclusive minhas depressões.
(Aliás, sou tão pouco confiável que nem com clima deprê, musiquinha baixo-astral e más recordações, consigo ficar ‘down’ por mais do que duas ou três horas, que coisa! Sabe quando a gente está querendo dar uma boa chorada, pegar um colo e se sentir a mais frágil das pessoinhas? Pois é, comigo não tem chance, logo estou rindo de alguma bobagem, credo!)
Hoje estou, como diria uma amiga, ‘de bode’. Queria ter vontade de escrever sobre a viagem, mas bolas, sempre achei um saco ter que aturar alguém matracando sobre suas pequenas e grandes epopéias, sem saber se outro está a fim de ver aqueles álbuns cheios de fotos mal tiradas. Depois, tem aquele papo de ‘querer aparecer’; se bem que, se tratando da gente que bate ponto aqui uma vez na semana, é uma grande bobagem, não é mesmo? Para aparecer mais só colocando aquilo na janela do fusca e isso, garanto, é coisa do passado.
(Falando em ‘aparecer’, um conhecido me disse que ando ‘sumida’, como se eu tivesse assim, meio ‘finda’, sabe como? Tadinho, nem jornal lê, que situação!)
Mas vamos a crônica que parece aumento de salário, quando a pensa que sai...
Ah, lembrei de algo interessante.
Se você pretende dirigir em outro país, a primeira providência é procurar o Detran para tirar a PID – Permissão Internacional para Dirigir. Trata-se de um documento com as informações do condutor em vários idiomas, o que facilita a comunicação com autoridades estrangeiras. Para se interar das peculiaridades de cada país, existem muitos sites, o http://www.moraremportugal.blogspot.com/ tira dúvidas e dá dicas bem ao gosto dos brasileiros que vão à terrinha pela primeira vez.
Confesso que se tivesse tido esses cuidados, teria evitado alguma aflição, mas no fim, deu tudo certo como haveria de dar.
Conhecer Portugal (e Espanha) de carro é a melhor opção para quem quer ver mais do que aqueles cartões postais manjados. E foi a nossa opção. No Porto, depois de uns dias maravilhosos, alugamos um carro e seguimos para Santiago de Compostela, apenas com um mapa e muita alegria. Existe uma enorme diferença de preços entre as locadoras mais famosas e aquelas pequenas e confiáveis, que só o pessoal do hotel pode recomendar. Conseguimos um carro pequeno com GPS por quarenta e cinco euros ao dia, metade do que nos cobravam. Verifique até onde o GPS está habilitado, o nosso não estava credenciado para a Espanha e perdemos tempo, “procurando o caminho”. No mais, é covardia; com o aparelhinho o mundo vira uma aldeia.
Nenhum destino em Portugal pode deixar de incluir todos os ‘sitios’ maravilhosos que estão no caminho. Não perca a oportunidade de dar um passeio nas cidades de nomes familiares ou exóticos que vão aparecendo, afinal, é tudo tão pertinho que logo a gente se sente dono da situação. E vale a pena, pode crer.
Não esqueça que a “portagem” em Portugal é diferente: num posto você retira o tíquete e no outro paga pelos dois pedágios. Se deixar de apresentar o cartão da portagem anterior, pagará dez vezes o valor do pedágio, algo entre cinqüenta e cem euros! Íntimas das ‘autovias’, resolvemos esticar por Aveiro e região; e depois até Lisboa, sãs, salvas e eufóricas!
À caminho de Aveiro, uma placa nos avisou que passávamos por Estarreja e Canelas, onde meu pai nasceu. Mamãe vibrou. Sem paciência para esperar até o dia seguinte quando voltaríamos para visitas familiares, insistia que seria fácil achar a casa das tias apesar do endereço estar numa agenda, trancada no bagageiro. Com o carro tomado por nossa numerosa bagagem, ela praticamente só tinha espaço para entrar e sair. Abrir malas estava fora de questão. Mas a Maria do Carmo não desistia. “É fácil, eu lembro...”. Numa ruazinha, avistamos a imagem típica da portuguesa do campo, coberta de negro, cajado e foice, sacola com verduras e legumes, vinda da roça. Sem graça, apenas para satisfazer a vontade da mamãe, tentamos saber alguma coisa, explicando que vínhamos do Brasil e já pedindo desculpas por perguntar se conhecia Regina Cascaes. Ela levantou o rosto, olhou a Márcia fixamente e respondeu com outra pergunta: “A mãe ou a filha?”. Quase surtei, o mundo realmente era uma aldeia! Não só conhecia como nos deu o endereço. O GPS, claro, fez o resto.
Encontramos as Reginas, mãe e filha, e uma parte da nossa história. O tio Antonio, de enorme semelhança física com meu pai, tias e primas que nunca tinha visto mas que nos tratavam como velhas conhecidas, citando nomes e fatos como se soubéssemos de tudo; o enorme quintal onde papai havia caminhado um dia, tudo era emoção.
Na casa onde minha avó morou e criou os filhos miúdos; a mesma escada, o mesmo piso do lagar que hoje é uma saleta...Em cada canto podia ouvir a algazarra e os ruídos que me contavam minha própria história, como se Portugal estivesse todo o tempo nas minhas memórias mais recônditas. E tudo era apenas reencontro, como se eu achasse ‘o fio da minha meada’.
Confesso que se tivesse tido esses cuidados, teria evitado alguma aflição, mas no fim, deu tudo certo como haveria de dar.
Conhecer Portugal (e Espanha) de carro é a melhor opção para quem quer ver mais do que aqueles cartões postais manjados. E foi a nossa opção. No Porto, depois de uns dias maravilhosos, alugamos um carro e seguimos para Santiago de Compostela, apenas com um mapa e muita alegria. Existe uma enorme diferença de preços entre as locadoras mais famosas e aquelas pequenas e confiáveis, que só o pessoal do hotel pode recomendar. Conseguimos um carro pequeno com GPS por quarenta e cinco euros ao dia, metade do que nos cobravam. Verifique até onde o GPS está habilitado, o nosso não estava credenciado para a Espanha e perdemos tempo, “procurando o caminho”. No mais, é covardia; com o aparelhinho o mundo vira uma aldeia.
Nenhum destino em Portugal pode deixar de incluir todos os ‘sitios’ maravilhosos que estão no caminho. Não perca a oportunidade de dar um passeio nas cidades de nomes familiares ou exóticos que vão aparecendo, afinal, é tudo tão pertinho que logo a gente se sente dono da situação. E vale a pena, pode crer.
Não esqueça que a “portagem” em Portugal é diferente: num posto você retira o tíquete e no outro paga pelos dois pedágios. Se deixar de apresentar o cartão da portagem anterior, pagará dez vezes o valor do pedágio, algo entre cinqüenta e cem euros! Íntimas das ‘autovias’, resolvemos esticar por Aveiro e região; e depois até Lisboa, sãs, salvas e eufóricas!
À caminho de Aveiro, uma placa nos avisou que passávamos por Estarreja e Canelas, onde meu pai nasceu. Mamãe vibrou. Sem paciência para esperar até o dia seguinte quando voltaríamos para visitas familiares, insistia que seria fácil achar a casa das tias apesar do endereço estar numa agenda, trancada no bagageiro. Com o carro tomado por nossa numerosa bagagem, ela praticamente só tinha espaço para entrar e sair. Abrir malas estava fora de questão. Mas a Maria do Carmo não desistia. “É fácil, eu lembro...”. Numa ruazinha, avistamos a imagem típica da portuguesa do campo, coberta de negro, cajado e foice, sacola com verduras e legumes, vinda da roça. Sem graça, apenas para satisfazer a vontade da mamãe, tentamos saber alguma coisa, explicando que vínhamos do Brasil e já pedindo desculpas por perguntar se conhecia Regina Cascaes. Ela levantou o rosto, olhou a Márcia fixamente e respondeu com outra pergunta: “A mãe ou a filha?”. Quase surtei, o mundo realmente era uma aldeia! Não só conhecia como nos deu o endereço. O GPS, claro, fez o resto.
Encontramos as Reginas, mãe e filha, e uma parte da nossa história. O tio Antonio, de enorme semelhança física com meu pai, tias e primas que nunca tinha visto mas que nos tratavam como velhas conhecidas, citando nomes e fatos como se soubéssemos de tudo; o enorme quintal onde papai havia caminhado um dia, tudo era emoção.
Na casa onde minha avó morou e criou os filhos miúdos; a mesma escada, o mesmo piso do lagar que hoje é uma saleta...Em cada canto podia ouvir a algazarra e os ruídos que me contavam minha própria história, como se Portugal estivesse todo o tempo nas minhas memórias mais recônditas. E tudo era apenas reencontro, como se eu achasse ‘o fio da minha meada’.
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