“Aos poucos, as luzes de Paris nos lembram que esta é a nossa última noite.”
Chique, né? Mas me soa tão verdadeiro quanto uma bolsa made in Paraguai. (La garantia soy yo!) A verdade é que imaginei uma porção de frases de efeito que não denunciassem que não tenho lá muita intimidade com a matéria, afinal tem gente que vive com um pé aqui outro em Miami e a cabeça em Paris (claro!); com uma freqüência de dar inveja! Mas não levo jeito para essas coisas, vocês me conhecem.
Sim, ainda estou em Paris, quase no final de um passeio de trinta e dois dias pelo novo (para mim) velho mundo e, no balanço geral, só um consenso: viajar é bom demais!
Ninguém quer voltar dizendo que isso e aquilo foi ruim ou ‘marromenos’; agora sei porque quase todos retornam contando maravilhas, quem sabe baseados na viagem dos sonhos que nem sempre se concretiza. Dar esse gostinho aos amigos (os inimigos não ligam a mínima para onde você foi ou se gostou!), ou virar uma piadinha infame na boca ‘daquela uma’ é, no mínimo, desconfortável.
Começo então com as más notícias para esquecê-las depois da pá de cal das boas, que graças aos céus, são mais numerosas.
Bem, caso você queira gastar o dobro e se divertir pela metade, faça uma excursão. É mais ou menos como levar a sogra no mesmo quarto: uma roubada! Os hotéis são sempre “nas imediações” de qualquer lugar que conste naquele roteiro que você a-do-rou. Prepare-se para manusear mapas e odiar o seu agente de viagens lá pelo quinto dia.
“Meia pensão” é um negócio da China. Pra eles, claro. Você desembolsa trinta euros por cada uma, é levado para restaurantes “meia boca” e volta sempre completamente frustrado. E faminto.
Rapidinho percebe que deixou de ser ‘uma pessoa’ para ser tocado como gado, ou melhor, como ‘grupo’, nas piores mesas, tendo que engolir a comida que não escolheu sem reclamar (alergia a marisco é piada, meu amigo!) e tomar o sorvete da Kibon que virou “Olé”, achando o máximo. Trouxas merecem castigo, compadre!
Acredito que em algum lugar do mundo exista excursão honesta e divertida, enfim, quem tiver paciência que procure.
Graças a Deus iniciamos a viagem por “conta própria”, conhecendo o norte de Portugal até Santiago de Compostela num carro alugado, sem hora para chegar, sem compromisso com nada a não ser com o GPS. (Essa é uma das partes boas, mas tem mais!) Integramos o tal do grupo em Lisboa, quando passamos a viajar num ônibus velho, sem conforto, dirigido por um ogro lusitano que logo tirou o microfone do guia e passou a insultar brasileiros, ‘que compram demais’. Na fronteira com a Espanha o busão quebrou. Ficamos numa estrada de alta velocidade, num calor infernal, sem água ou banheiro, sem pai nem mãe. Pior: sem chocolate! Um desespero que durou seis horas, baixou polícia espanhola (não para ajudar e sim para avisar que nos multaria se mais alguém atravessasse a pista ou pedisse carona, acredite!). Um casal caminhou por dois quilômetros e voltou para avisar que havia onde ficarmos até que mandassem um ônibus e uma van para resgatar os sessenta e dois passageiros, levados para Madri. O ogro Felipe foi-se com a sucata, amém.(Arrasou, Santa Rita!) O resgate só foi possível porque uma de nós conseguiu acionar a filha no Rio de Janeiro, que tomou as providências e pressionou a operadora brasileira, que não estava nem aí. Perdemos metade do dia mas conseguimos recuperar o bom humor, apesar de tudo. Detalhe: como nós, quase todos tinham a informação que era um grupo de vinte e quatro pessoas!
No meio da viagem, lembrei de uma crônica do Raimundo Sobral, sobre a desfaçatez com que ‘a gente’ vai jogando as coisas pelo caminho. É interessante como nos comportamos bem ‘lá fora’; talvez para não levar um pito, vá saber! E aí a brasileirada aprende a não furar fila, a aguardar a vez e a (tentar) falar mais baixo.
Viagem fica muito melhor ‘com emoção’, não é? Semana que vem eu conto, bom dia!
Chique, né? Mas me soa tão verdadeiro quanto uma bolsa made in Paraguai. (La garantia soy yo!) A verdade é que imaginei uma porção de frases de efeito que não denunciassem que não tenho lá muita intimidade com a matéria, afinal tem gente que vive com um pé aqui outro em Miami e a cabeça em Paris (claro!); com uma freqüência de dar inveja! Mas não levo jeito para essas coisas, vocês me conhecem.
Sim, ainda estou em Paris, quase no final de um passeio de trinta e dois dias pelo novo (para mim) velho mundo e, no balanço geral, só um consenso: viajar é bom demais!
Ninguém quer voltar dizendo que isso e aquilo foi ruim ou ‘marromenos’; agora sei porque quase todos retornam contando maravilhas, quem sabe baseados na viagem dos sonhos que nem sempre se concretiza. Dar esse gostinho aos amigos (os inimigos não ligam a mínima para onde você foi ou se gostou!), ou virar uma piadinha infame na boca ‘daquela uma’ é, no mínimo, desconfortável.
Começo então com as más notícias para esquecê-las depois da pá de cal das boas, que graças aos céus, são mais numerosas.
Bem, caso você queira gastar o dobro e se divertir pela metade, faça uma excursão. É mais ou menos como levar a sogra no mesmo quarto: uma roubada! Os hotéis são sempre “nas imediações” de qualquer lugar que conste naquele roteiro que você a-do-rou. Prepare-se para manusear mapas e odiar o seu agente de viagens lá pelo quinto dia.
“Meia pensão” é um negócio da China. Pra eles, claro. Você desembolsa trinta euros por cada uma, é levado para restaurantes “meia boca” e volta sempre completamente frustrado. E faminto.
Rapidinho percebe que deixou de ser ‘uma pessoa’ para ser tocado como gado, ou melhor, como ‘grupo’, nas piores mesas, tendo que engolir a comida que não escolheu sem reclamar (alergia a marisco é piada, meu amigo!) e tomar o sorvete da Kibon que virou “Olé”, achando o máximo. Trouxas merecem castigo, compadre!
Acredito que em algum lugar do mundo exista excursão honesta e divertida, enfim, quem tiver paciência que procure.
Graças a Deus iniciamos a viagem por “conta própria”, conhecendo o norte de Portugal até Santiago de Compostela num carro alugado, sem hora para chegar, sem compromisso com nada a não ser com o GPS. (Essa é uma das partes boas, mas tem mais!) Integramos o tal do grupo em Lisboa, quando passamos a viajar num ônibus velho, sem conforto, dirigido por um ogro lusitano que logo tirou o microfone do guia e passou a insultar brasileiros, ‘que compram demais’. Na fronteira com a Espanha o busão quebrou. Ficamos numa estrada de alta velocidade, num calor infernal, sem água ou banheiro, sem pai nem mãe. Pior: sem chocolate! Um desespero que durou seis horas, baixou polícia espanhola (não para ajudar e sim para avisar que nos multaria se mais alguém atravessasse a pista ou pedisse carona, acredite!). Um casal caminhou por dois quilômetros e voltou para avisar que havia onde ficarmos até que mandassem um ônibus e uma van para resgatar os sessenta e dois passageiros, levados para Madri. O ogro Felipe foi-se com a sucata, amém.(Arrasou, Santa Rita!) O resgate só foi possível porque uma de nós conseguiu acionar a filha no Rio de Janeiro, que tomou as providências e pressionou a operadora brasileira, que não estava nem aí. Perdemos metade do dia mas conseguimos recuperar o bom humor, apesar de tudo. Detalhe: como nós, quase todos tinham a informação que era um grupo de vinte e quatro pessoas!
No meio da viagem, lembrei de uma crônica do Raimundo Sobral, sobre a desfaçatez com que ‘a gente’ vai jogando as coisas pelo caminho. É interessante como nos comportamos bem ‘lá fora’; talvez para não levar um pito, vá saber! E aí a brasileirada aprende a não furar fila, a aguardar a vez e a (tentar) falar mais baixo.
Viagem fica muito melhor ‘com emoção’, não é? Semana que vem eu conto, bom dia!
PS: Viajamos pela CVC e Europamundo .
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