quinta-feira, 7 de maio de 2009

Arre, égua!


Sinceramente, você costuma conferir atentamente o que lhe cobram nas suas contas?
Em especial, naquelas páginas do seu celular e do fixo? Não? Pois deveria.
A correria me faz pagar quase tudo via Internet, vai daí que dia desses ‘descobri’ um ‘pacote’ que me fornecia 30 minutos de ligações longa distância, a um valor fixo de pouco menos de R$32,00 mensais. Êpa, eu nunca pedi isso!
Busquei minhas contas anteriores, ainda bem que sou do tipo que guarda tudo separado por mês, numa pasta bem à mão. Sou obcecada mesmo com essa coisa de classificar, organizar e arquivar papelada e isso tem me auxiliado muito a evitar idas e vindas e muita dor de cabeça. E...bingo!
Estive pagando esse ‘pacote’ (já que nada que preste vem num ‘pacote’?) desde o dia 16 de janeiro.
Não se trata de uma fortuna mas não admito que me levem um centavo sequer que não seja por minha vontade.
Sabe o que é ligar para uma operadora de celular? Pois é, passei mais de vinte minutos ouvindo gravação e topei justamente com a atendente que estava na TPM ou na seca, o fato é que a mulher estava atacadíssima. Depois de me destratar, acabou encerrando a ligação.
Quase tive um piti, ando traumatizada com operadoras de telefonia depois de ficar mais de vinte dias sem meu fixo que foi transferido para o Jurunas e até hoje, neca de ouvir a bendita gravação. (Alguém já ouviu isso, uma única vez? Sei lá, acho que ninguém mostra nada!)
Respirei fundo, mentalizando o Gaiarsa, Santa Sara Kali, e pedi aos céus um pouco mais de paciência antes que tivesse ímpetos de chutar o pau e a barraca.
Na terceira ligação, eis que uma atendente de nome Sônia e voz de aeromoça da Varig-varig-varig me atende, gentilíssima, que coisa. Protocola aqui e ali e eis que estão contestados as três últimas cobranças, pelo menos isso, amém.
Lembro que há alguns anos, achei estranho três valores altos e redondos, em três dias muito próximos, no Toc-toc do clube. Foi só telefonar. Havia uma gangue de garçons ficando com o dinheiro vivo de algumas contas enquanto lançavam o débido em cartões que tinham anotado anteriormente. Recebi tudo de volta e não pensei mais nisso até que, dois anos depois vi que minha fatura de outro cartão estava cheia de valores para uma certa farmácia.
Não deu outra, por quatro meses a empresa me ressarcia valores pois a cara-de-pau da caixa tinha lançada em prestações o que havia roubado da féria em espécie, acredite. No próximo mês haverá uma audiência no fórum e lá vou eu e mais algumas outras pessoas lesadas, pela segunda vez, depor como testemunhas, sem direito a faltar pois seria desobediência civil. A ladra ( é esse pó termo correto, soa mal, mas é.) não apareceu na primeira audiência. Fomos logo informadas que, sendo primária, nunca havia sido ‘fichada’, apesar de ter roubado no emprego anterior.
A orientação por conta das cadeias lotadas é uma pena alternativa e, no final, pouco ou nada acontecerá com ela.
Absolutamente molhada, as gotas de chuva pingando da ponta do nariz, caminhei até o carro que estava estacionada onde foi possível, pensando no que ainda funciona nesse país. E foi aí que lembrei das doações para aquela conta de Santa Catarina que renderam 34 milhões que ninguém explica direito onde foram parar.
E tive uma enorme sensação de cansaço dessa obrigação de prestar atenção na carteira , de não desgrudar os olhos da porta aberta ou de ter que provar pela ‘enésima’ vez que não pedi que meu telefone fosse transferido pra Cudomundópolis.
Estou cansadíssima de ser cidadã. Ninguém aí pode me incluir num esquema, pode me usar para receber dinheiro da Câmara, pode tirar passagem, qualquer coisa.
Pior é que não vai dar certo. Sou tão idiota que vou acabar indo trabalhar e ainda darei recibo. Hare, bôba!