quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Mulheres e velharias...


Não posso evitar certos pensamentos quando vejo aquela jovem recém casada ou nem tanto, que leva para o ‘novo lar’ (ou nem tanto), aquele monte de lembranças da vida que, teoricamente, é passado.
Não, não estou querendo que a gente esqueça de tudo que era bom; que sepultemos nossos melhores ‘piores momentos’.
Não é isso.
Mas acompanhe meu raciocínio...
Algumas mulheres guardam fotos de todos os namorados, afinal, “Não tem nada a ver, eu não estou casada com você, querido?”. Levam os tickets dos shows onde ‘ficaram’ com uma celebridade praticamente desconhecida, montanhas de fotografias (“Isso é passado, amor!”) e uma tonelada de bichos de pelúcia. Guardam papéis de bala e bilhetinhos de escola.
Sinceramente, poucas coisas são tão idiotas quanto bichos de pelúcia com cara de velhos e cheio de ácaros! Guardam pra quê? Dar para os filhos? Ninguém quer criança com rinite! E a probabilidade do pimpolho odiar esses brinquedos é enorme!
Some-se aquele mostruário de bolsas que jamais serão usadas e, “voilá”, cadê espaço pro maridinho? E desde quando homem precisa de armário?
Bem, e se fosse o contrário?
Até entendo que elas não aceitem no novo lar (que será acima de tudo, “a casa delas”) coisas que liguem seu Romeu a uma loura fenomenal dos velhos tempos; mas a razão das mulheres implicarem tanto com hobbies masculinos é um mistério! Chega ser perseguição, quando o passa tempo envolve equipamentos um tanto ao quanto especiais, como decks, receivers, discos de vinil, pecinhas de modelismo, quebra cabeças e outras modalidades mais, digamos, old fashion. Ou que elas não se interessam.
Mulheres, de uma maneira geral, têm problemas com espaço, principalmente na questão do que cabe a cada um.
A bancada da pia estará sempre lotada de cremes e outras poções secretas e altamente quebráveis e a prateleira do box será sempre insuficiente para as dúzias de shampoos que devem ser usados em dias alternados e especiais – não pergunte sob que critérios.
O seu? Ora um anti caspa no cantinho, resolve!
Suas coisas jamais serão as “suas coisas”. Elas terão diversos nomes ao longo dessa relação: tralha, bagulhos, cacarecos, bugigangas, troços. Depois de cinco anos, viram ‘trastes', ‘velharias’. Ou ‘joça’. Quando ela estiver no limite entre a grossura e a TPM, poderá se referir a sua coleção de miniaturas de carros como ‘porcaria’ ou ‘ aquela merda’, mesmo ; nesse caso, meu amigo, torço para que não tenha tido filhos, pois a tendência é piorar. (Se ainda der para piorar, bem entendido!)
Sei que passa pela sua cabeça sabotar aquele estojo de sombras mofadas, com cores que a Cher deixou de usar nos anos oitenta e cujo prazo de validade aponta algum período nebuloso entre 90 e 92. Claro que já imaginou como seria legal (legal é ótimo, não?) dar um nó naquelas correntes que ela guarda penduradas em ganchinhos que você odeia e que, desde que se conheceram em 89, nunca usou.
Esqueça. Mulheres são como ratos de sótão, elas adoram juntar coisas, precisam ser 'donas e proprietárias' de uma gama de inutilidades que, em algum momento, as fazem sentir-se poderosas. Ou boas cozinheiras. Que outra explicação você teria para aquele monte de coisas que ninguém descobriu pra que serve, nas gavetas da cozinha?
Pois é, mas se é de uma mulher, jamais será tralha, entendeu?
Não encontro explicação para esse comportamento feminino. O justo seria repartir-se tudo quase por igual; numa prateleira você guardaria a coleção da Play Boy dos últimos 30 anos (que devem valer alguma coisa) e do outro ela poderia guardar os discos do Menudo ou do Hanson (se for mais jovem) e que, certamente, jamais valerão nada.
Mas como a vida não é justa, conforme-se em saber que não está sozinho nessa situação inglória.
Porque as esposas implicam com as "velharias" dos maridos? (http://www.htforum.com/vb/showthread.php?t=86068)

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Mas que diabos é isso?



Tenho vergonha de certa coisas que vemos em Belém.


Não sei quem foi o responsável por essa criação horrenda que a prefeitura espalhou na cidade, à guiza de decoração natalina. Que droga!

Sinceramente, poucas coisas superam esse mau gosto. O que é exatamente essa tenda apache?

A barraca de verão do Tonto? Uma árvore de natal?

Não acredito!

Além de ser pobre no pior sentido da palavra, é de um desrespeito enorme. Veja onde colocaram essa geringonça no largo de São Brás. Lauro Sodré deve estar 'se revirando', com toda razão!
Fosse o pai do autor da decoração ou do prefeito...Será que permitiriam tamanho descalabro? Acho que não.


Belém precisa de respeito, não só da população, mas de quem administra a tal da 'coisa pública'.


Tenho vergonha, muita vergonha cada vez que vejo que nossa cidade é tratada como uma provinciazinha de última!

Como diz um amigo, Nova Délhi é aqui.

Quer ver?

Passe na Paratur. Dê uma olhada naquela baiúca horrorosa, de aspecto sujo, brega até não poder mais...O que é aquilo?

No órgão que deveria cuidar da imagem que o turista leva do estado, em pouco mais de dois anos o que era cantina virou quitanda, uma barraca que faria feio no Ver-o-peso!

E todo mundo senta ali e come as gororobas servidas sem higiene. O esgoto? Vá dar uma olhada, Senhora Dona Governadora. Corre pela calçada e "voilá": Jambu, rabo de camarão e restos do vatapazão seguem pela vala, alimentando nossos ratos parrudos!

O que é isso? É Belém, meus caros. É Pará!

Isola!

Na foto, a 'instalação do natal". Para que pudéssemos ver melhor (argh!) ainda suspenderam um pouco o que deve ser (?) um Présépio. Ou outra coisa qualquer!


Com perdão da palavra, isso não é decoração, é uma bosta!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Ritual de Passagem


Você conhece a lenda do rito de passagem da juventude dos índios Cherokees?

O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho.

O filho se senta sozinho no topo de uma montanha toda a noite e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte.

Ele não pode gritar por socorro para ninguém. Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem.

Ele não pode contar a experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido.

O menino está naturalmente amedrontado. Pode ouvir toda espécie de barulho. Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele.

Talvez alguns humanos possam feri-lo.

Os insetos e cobras podem vir picá-lo. Ele pode estar com frio, fome e sede.

O vento sopra a grama e a terra sacode os tocos, mas ele se senta estoicamente, nunca removendo a venda.


Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem. Finalmente...

Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida.


Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele.

Ele estava a noite inteira protegendo seu filho do perigo.

Nós também nunca estamos sozinhos! Mesmo quando não percebemos Deus está olhando para nós, 'sentado ao nosso lado'.

Quando os problemas vêm, tudo que temos a fazer é confiar que ELE está nos protegendo.

Se você gostou desta história, repasse-a.

E evite tirar a sua venda antes do amanhecer...


Moral da história: Apenas porque você não vê Deus, não significa que Ele nao esteja conosco.

Nós precisamos caminhar pela nossa fé, não com a nossa visão material.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Coisas de reveillons


Eu precisava ir embora sorrateiramente de 2008.

pensei então em sair banalmente à francesa.

Mesmo lembrando panetones,taças e biscoitos.

Que eu desdenhasse de alguma tristeza.

O que poderia eu mudar de minha vida ! pateticamente ainda seria o mesmo humano,

claro que muitas horas foram friamente vencidas,

Mas ainda almejo paciência, pra que seja outro ano.

Ah! quer saber não vou ver os abomináveis fogos,

Apenas me deito em baixo do lençol e não digo nada.

E 2009,nem imaginará que na folhinha.

A última página do calendário foi rasgada.

E quando acordar meus obscenos pensamentos,

Dirão que ainda farei muitas "cagadas".

Mas que forma feia de finalizar a poesia.

É que talvez um ano novo nem me diga mais nada.(Alcyr Guimarães)


Ah, meu amigo...
O que esses finais de ano nos fazem, não?
Passei os últimos assim, feito blindex, quase transparente.
Acho que os anos não gostaram, pelo menos é o que parece.

E eu, que nunca havia dito nada de mal sobre eles, os novos anos;
achei que, pela primeira vez, as coisas tinham piorado.

Os anos novos são caprichosos, cheios de manhas e exigências.
Eu deveria respeitá-los, pelo menos fingir que traziam alguma especie de esperança quase extinta.
Mas tinha medo dos abomináveis que soltam os fogos.
Da turba feliz, respingando champanhe e essa felicidade imoral por todos os lados.
Temia o pernil e as romãs; a banda ao vivo, o barulho da alegria.
Imagina, isso era um ultrage à minha tristeza sem razão e à minha revolta com sua pequena causa.
Fiz assim: vivi um reveillonzinho,
para que os Deuses que regem e protegem os novos anos,tivessem um pouco de piedade de mim.
Cozi lentilhas, assei um tal dum pernil semi-pronto.
Fiz uma farofa que acabou supimpa.
Abri um espumante, escolhido pelo nome, quanto menos pela qualidade, eu lá sou de conhecer esses proseccos que as dondocas bebem no Boteco?

Espuma de Prata. Nome liindo! Combina com 'lurex', 'brilho' e outras palavras de final de ano. Lembra minha infância. Nada mais apropriado para a primeira madrugada do ano recém nascido.

Fui para a varanda; entre um recorte de um telhado e uma árvore soturna, olhei os fogos que partiam, acho que do Hangar. Nem são tão abomináveis, sabes? Uns até são bem bonitos de ver.
Acompanhei a contagem, num vestido novo dessas modinhas de camelô,taça do enxoval, de cristal da "bohêmina", cheia de Espuma de Prata, que coisa!
Mentalizei a calcinha amarela do ano passado, escondida na gaveta por todo esse tempo, e pedi só um pouco mais de conforto, um trabalho, se não fosse pedir muito. Ou uma parte da mega-sena.Segurei a faixa vermelha do vestido de malha e pensei num amor...Engoli as lentilhas e, na varanda, imaginei sete ondas.

Pronto. Fiz tudo certinho.Mas eles, os anos estreantes, são muito esquisitos, sempre.Por mais que a gente acredite que, passada 'outra fatia,' tudo será novo, eles (os esquisitos) chegam maliciosos, os danados; disfaçados de ano passado,confundem a cabeça da gente, que acaba não rasgando a agenda.

É, os anos novos são assim. Depois, lá pelo mes de março, a gente vê crianças voltando para a escola e percebe que o tempo não parou nem para esperar que o ano velho desercarnasse da folhinha que não lhe pertencia mais.
Então será a época de quem é meio atrasado como eu, usar branco, pular as ondinhas com ou sem mar e meter os peitos. Eita, que esse ano ainda tem jeito! (Vera Cascaes)