terça-feira, 2 de novembro de 2010

Senhor Governador, (Jatene)


Senhor Governador,
O Senhor não pode avaliar a alegria – e principalmente a esperança – que toma conta de muitos, nesse momento. A vitória não se deu apenas sobre sua adversária, mas principalmente, sobre os interesses inexplicáveis, rancores e mágoas que ainda servem de motor para alguns; ufa, que alívio.
Tenho certeza que o senhor sempre soube o que fazer pelo nosso amado Pará, entretanto, faz-me bem dizer claramente o que esperamos desses novos tempos, que haverão de nos ajudar a superar a quase calamidade – e as bizarrices.
Antes de tudo, é salutar lembrar que os resultados indicaram que bom senso e equilíbrio são muito importantes; ainda que politicamente essa ou aquela aliança seja digamos, conveniente, resista aos abraços que possam colocá-lo exatamente na posição daqueles que agora condenamos e que jamais conseguirão explicar tamanha falta de coerência com o passado. A melhor aliança, Governador, é com a opinião pública e com o seu travesseiro. Trocando em miúdos, seja o nosso representante, cuide do que precisa de cuidados, zele pelo nosso futuro – os votos, o apoio, a gente garante.
Além de querer sair e voltar para casa em segurança (responsabilidade básica do estado) não vemos a hora de, entre outros, receber (de volta) a Alça Viária, que está nas mãos dos bandidos e já causou a morte de muita gente, por conta do estado precário das pistas. Na verdade, o Pará inteiro parece uma casa que foi bela e está surrada, desgastada e sem nenhum cuidado: suja e funcionando mal. E (boas) donas de casa sabem que só entrar e sair não adianta, há que se ter olhos e ordens, ou dá no que deu: o aeroporto, a Estação das Docas, o Hangar e tantos outros locais, já não enchem os olhos de ninguém, como quando foram entregues “nos trinques”. Guaritas que não funcionam há três anos e até goteiras, lembram que falta zelo, falta capricho – falta respeito, mesmo.
A Saúde Pública, governador, precisa urgentemente do seu nível de exigência e excelência. Se um desses políticos precisasse de atendimento, as coisas seriam diferentes, mas sempre haverá São Paulo... Quem nos dera seu secretariado tivesse por hábito “visitar” as unidades sem alarde, olhar as escolas...
Emprego e renda. Como é bom ouvir falar nisso quando mais fácil é bolsa-vergonha... Sei que levaremos muito tempo para resgatar o dano causado pela política assistencialista, emanada do governo federal e acatada no Pará. Pior do que ser miserável é estar condenado à pobreza com donos; uma geração de preguiçosos cujo destino seria viver no ócio, com alguns trocados que nada resolvem. Dê-nos saúde, dê-nos novas perspectivas, oportunidades... É isso que queremos de volta, junto com a auto estima que ficou lá atrás, esquecida entre os discursos oportunistas dos que apenas nos usam quando querem. Ninguém mais suporta político que só nos cumprimenta em época de eleição – ou que acha que pode “mandar” votar nesse ou naquela – arre!
Tire a Cosanpa do lodo, a Paratur do esquecimento; dê um puxão de orelha em quem esquece o que é cultura paraense: música, teatro, dança, folclore, cinema... Finalmente, Governador: olhe com especial carinho pela educação em geral. Não só a que se obtém nas escolas, mas a que vem do exemplo, que motiva e arrasta. Use sua verba de publicidade para educar o povo, naquilo que ele já nem sabe o que é: civilidade. Chega de lixo nas ruas, chega desses maus modos que já não espantam ninguém... Chega de tudo nos faz mais animais que gente. Promova a educação dos que têm o ofício de “servir ao público” e que não sabem, sequer, responder um prosaico “bom dia”. Faça-os ter orgulho de dizer “Eu sou Funcionário Público do Pará!”.
Faça o básico, Governador, e já fará diferença; faça com capricho e será tudo de bom! Boa sorte.

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