sábado, 20 de novembro de 2010

Gatosas










O assunto da hora: Mulheres maduras de hoje... Às vésperas de encerrar temporada das Gatosas, não existe nada mais oportuno; colocamos a “boca no trombone” e muitas vieram contar sobre a própria vivência. Cheguei à conclusão que poucos conhecem -ou entendem- a primeira geração feminina que adolesceu sob o advento do anticoncepcional, fato que viria a mudar a história do mundo, em especial das mulheres.
Para sua informação, a maioria acha que jovens, incluindo filhos que elas mesmas educaram, não as “enxergam” como “mulheres de fato”, principalmente quando se trata da sexualidade. “Filhos acham que pais maduros não transam, não precisam de privacidade e teriam um ‘troço’ se soubessem que frequentamos motéis!”, confidencia uma delas. Dá o que pensar, afinal, parece que os jovens é que pararam no tempo – e não nós, os maduros.
Muitas me pareceram aliviadas por fazermos piadas com aqueles assuntos que não se falava “em família”. Não podíamos falar menstruação, menopausa ou orgasmo – verdadeiros palavrões, coisa de gente sem a menor educação. Peitos sempre foram “seios” e sexo, bem, quando se falava nisso, o termo era quase burocrático: relações sexuais. Se pronunciar era chato...Imagine viver num casamento tendo "relações sexuais" em vez de trepar, mesmo!
Mãe não tem fantasia e pai macho pega a mulherada; então tá, bebê.
Falando nisso, a maioria -casadas ou não- gostaria de “namorar” mais, se é que me entende. E namorar significa menu completo, meu caro, com ênfase nos aperitivos – se é que me entende, de novo.
Não? Prelimirares, querido! Mulheres gostam de beijo na boca, de língua , ainda se lembra como é? E sacanagem é coisa que sua esposinha também gosta e só não fala porque você a prefere calada.

As mulheres dizem que homens interessados nas cinquentinhas são raros; a solidão é um fantasma que ronda quem não está “avec”.
Se você acha que doença é assunto das mulheres no climatério, está enganado (Na verdade, nem as da tal terceira idade estão se ocupando com isso; mas essa é outra peça, “ops’’ , outra crônica!)
Ainda que os fogachos sejam uma tortura, elas chegam aos cinquenta com um novo propósito, que vai muito além da academia ou da terapia hormonal. Aceitar-se e viver a vida, essa é a força que as move.
Ainda que emagrecer ou encontrar um parceiro sejam sonhos acalentados pela maioria, ser feliz é prioridade, tenham o peso que tiverem, estejam sós ou nem tanto. As cinquentinhas querem estar de bem com a vida, do jeito que der.

Rir dos próprios achaques e problemas é uma boa saída, afinal, independente de sexo, aos cinquenta quase todo mundo ronca, come linhaça, briga com os próprios cabelos (ou com a falta deles) e descobre que suportaria algumas semanas sem “aquilo”, mas não passaria três dias sem seus óculos. Cuidar-se é fundamental, mas fingir-se jovem é um mico; aliás, um king Kong.
Aos cinquenta, desistimos de discutir relações que não vão mudar e passamos a falar de nós – ou das outras!- poucas falam do que sentem e como “se sentem”... Os tabus, sempre eles!
Um amigo perguntou-me sobre menopausa, só sabia que a esposa mudava de humores, chorava por qualquer coisa, e passava noites “ajustando” o ar condicionado... Meu caro, o termostato defeituoso é o nosso, mesmo; em segundos vamos do frio ao calor infernal. Só para você entender: posso estar numa boa, e, de repente, basta pensar (isso mesmo, basta pensar!) em algo que não domino, que as orelhas esquentam e, imediatamente, passo a suar... O que fazer? Incentive-a a visitar o médico e tente entender o que fazem os hormônios; lembre que ela precisa de ar-condicionado, leques e da mesa mais ventilada e, pelo amor de Deus, evite assuntos capazes de, digamos, “esquentá-la”. No mais, sua mulher está apenas em “adaptação” para uma fase que tem tudo para ser das melhores: filhos crescidos (e sem nenhuma possibilidade de aparecer uma “raspa de tacho!”, credo!), profissão estável e um maridão atencioso. Isso não é o máximo?
Quanto às Gatosas, bem, nesse final de semana nos despediremos. Futuro? Arf, fala sério, liga aí o ar. No máximo!

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